Em sua 24ª edição, o evento é considerado um dos mais importantes do segmento (Foto: Gerardo Lazzari)
A solenidade de abertura do 24° Congresso Brasileiro do Agronegócio (CBA) aconteceu, no início desta segunda-feira (11), no Hotel Sheraton WTC, em São Paulo, e reuniu representantes das cadeias de valor do agronegócio nacional, bem como importantes formadores de opinião e os maiores executivos que atuam no agro brasileiro, além de autoridades políticas. O evento, que também está sendo transmitido pelo YouTube, tem a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), em parceria com a B3, como realizadoras oficiais.
Segura alimentar e energias renováveis
O presidente da ABAG, Caio Carvalho, deus as boas-vindas aos participantes do Congresso, durante a cerimônia que iniciou o evento e, em sua fala, expôs sua preocupação com o financiamento da produção, o seguro rural e o desenvolvimento de novos mecanismos financeiros privados para o acesso viável ao capital; que, para ele, é fundamental à resposta crescente da oferta brasileira de alimentos, bioenergias e outros produtos para as metas de segurança alimentar e de energias renováveis.
“Estamos embarcados em um mundo com alta volatividade, induzida por políticas com cadeias de suprimentos globais instáveis e os mercados nervosos com as dívidas financeiras. Mesmo diante de desafios complexos, há espaço para o otimismo. O Brasil tem condições de acelerar reformas e consolidar seu papel como parceiro estratégico global, construindo pontes tanto com os Estados Unidos quanto com a China, em benefício da segurança alimentar e energética do planeta”, reforçou Caio Carvalho.
SNA
O presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Antonio Mello Alvarenga, foi um dos ilustres convidados a participar do CBA compondo, juntamente com outros expoentes do agro, a mesa de abertura do evento e considerou muito oportuna a realização do congresso, sobretudo, no momento atual de muita incerteza.
“No Brasil, temos um déficit fiscal persistente, que mantém nossos juros em patamares muito elevados. Por outro lado, enfrentamos turbulências no mercado externo com a imposição de tarifas globais pelo governo Trump; e, internamente, assistimos também a uma onda de turbulências políticas.
Antonio Alvarenga ressaltou ainda que a realização da COP 30, em Belém (PA), com discussões ambientais em território Amazônico, aumenta a apreensão de todos. “Contudo, estou confiante que, assim como fizemos por diversas vezes no passado em um horizonte de médio prazo, vamos superar essas dificuldades. O Brasil tem um Agro moderno, altamente tecnificado, competitivo e resiliente. O mundo precisa dos produtos do agronegócio brasileiro: alimentos, energia e nossa diversidade ambiental. Acredito que, se negociarmos com tranquilidade e persistência vamos superar todos os entraves e continuaremos crescendo e mantendo nosso protagonismo global no neste setor”.
A SNA também esteve representada pelo seu vice-presidente, Hélio Sirimarco, que corroborou com o posicionamento unânime das falas das autoridades. “Estamos num momento extremamente complicado; e vi aqui opiniões muito interessantes, no sentido de que o importante é negociar, conversar e não brigar. É um momento de buscar alternativas e procurar dar apoio e suporte para produtores de setores que estão sendo mais afetados, a exemplo do setor de frutas”.
Programação
Como parte da programação do CBA, estão acontecendo painéis com os temas “Alimentos, Energias e Inovação”, “Agrobrasil com Crescimento Sustentável: Financiamento e Mercado de Capitais” e uma mesa redonda sobre “A transição energética”. Haverá ainda momentos de homenagem à Globo pelos seus 100 anos e ainda ao Estadão pelos seus 150 anos, além da entrega dos prêmios “Ney Bittencourt de Araújo” e “Norman Borlaug de Sustentabilidade”.