Especialista explica como e quando administrar as principais vacinas (Foto: Flávio Ducatt e Gabriel Smaniotto)
Quais vacinas eu devo aplicar no meu bicho de estimação? Como deve ser feito o tratamento contra parasitas? Essas são algumas das perguntas mais frequentes nas consultas ao veterinário. E, como para diversas outras coisas na vida, a resposta é: depende.
Os cuidados com a saúde dos pets devem ser tratados de forma individual, isso quer dizer que as ações são planejadas conforme as características e a realidade de cada indivíduo. Fatores como localização geográfica, rotina, idade do animal e condição social do tutor são levados em consideração pelo médico veterinário.
Com o objetivo de esclarecer algumas dessas questões, a médica-veterinária Darleny Eliane Garcia Horwat fala um pouco mais sobre esse universo relativo ao tratamento vacinal para pets, e aproveita para dar dicas valiosas aos tutores.

Os cuidados com a saúde dos pets devem ser tratados de forma individual. As ações devem ser planejadas conforme as características e a realidade de cada indivíduo. Foto: Flávio Ducatt e Gabriel Smaniotto
Vacinas obrigatórias
Sobre se existe alguma vacina que seja indicada para todos os cães ou gatos, Darleny afirma que sim, e que todos esses animais devem receber a vacina contra a raiva e a vacina polivalente. “A vacina polivalente dos cães protege o animal contra: cinomose, leptospirose, parvovirose, coronavirose, hepatite infecciosa canina, adenovirose e parainfluenza”, explica..
Nesse caso, ela relata que o protocolo ideal a ser seguido é de que o filhote receba a 1ª dose com 6 semanas de vida, a 2ª dose com 9 semanas de vida e a 3ª dose com 12 semanas de vida. A vacina contra raiva é aplicada no mesmo dia que a 3ª dose da vacina polivalente. Depois, devem ser feitos reforços anuais das duas vacinas.
Já para gatos, a vacina tríplice felina (V3) protege contra rinotraqueíte, calicivirose e panleucopenia. Já a quádrupla (V4) inclui proteção contra clamidiose, e a quíntupla (V5), contra leucemia felina (neste caso é essencial realizar um teste de FeLV antes da vacinação para confirmar se o gato é negativo para o vírus). “A primeira dose da vacina é aplicada a partir da 9ª semana de vida e a segunda dose é feita 3 a 4 semanas após a primeira”, ensina.

Apesar de não essencias, algumas vacinas como a da gripe canina e da giardíase são indicadas para animais que frequentam creches e hotéis para cachorros. Foto: Flávio Ducatt e Gabriel Smaniotto
LEIA TAMBÉM:
→ Medicamentos de uso humano são um risco silencioso e podem ser fatais para pets
Vacinas não essenciais, mas importantes
Segundo Darleny, existem vacinas que são consideradas não essenciais, como a da gripe canina e da giardíase. Elas não garantem que o animal não vá se infectar, mas ajudam a reduzir a intensidade dos sinais clínicos caso isso aconteça. Esse tipo de vacina é recomendada, principalmente, para animais que frequentam creches e hotéis para cachorros.
“As vacinas ajudam o animal de estimação a se defender de alguns vírus e bactérias que provocam doenças, apoiando o sistema imunológico do organismo do animal. Dessa forma, ao vacinar seu animal, você está prevenindo a ocorrência de determinadas doenças, evitando assim, gastos no veterinário e o mais importante: o sofrimento do seu melhor amigo”, observa.

Apesar de não essencias, algumas vacinas como a da gripe canina e da giardíase são indicadas para animais que frequentam creches e hotéis para cachorros. Foto: Flávio Ducatt e Gabriel Smaniotto
Outro ponto importante destacado pela veterinária é que algumas das doenças são consideradas zoonoses, ou seja, podem passar do animal para o ser humano, como a raiva e a leptospirose canina. Desse modo, além de proteger seu animal de companhia, protege você e sua família.
E os vermífugos?
A especialista alerta que, diferentemente do que se pensa, os vermífugos não devem ser administrados a cada 3 meses. “É preciso entender que os medicamentos antiparasitários (vermífugos) são usados para tratamento e não para prevenção. O ideal é fazer o exame coproparasitológico do animal (exame de fezes) e caso seja identificado que o animal está parasitado, aí sim, fazer o tratamento”, orienta.

Conforme explica a médica-veterinária, Darleny Eliane Garcia Horwat (foto), é preciso entender que os medicamentos antiparasitários (vermífugos) são usados apenas para tratamento e não para prevenção. Foto: Rodrigo Leal
Em alguns casos, conforme comenta a veterinária, um protocolo de administração de antiparasitários pode ser indicado, por exemplo, para animais que vivem em regiões endêmicas para dirofilariose (doença do verme do coração) ou animais que frequentam creches. “Mas, cada caso precisa ser avaliado individualmente. Além disso, para filhotes, é adequado realizar a administração de um antiparasitário, nas primeiras semanas de vida, antes mesmo do exame coproparasitológico”, completa.
Além disso, segundo ela, outro ponto fundamental para a saúde dos pets é o controle de ectoparasitas (pulgas e carrapatos), uma vez que, além de causarem incômodo aos animais, eles podem transmitir doenças sérias. Nesse caso, ela lembra que estão disponíveis diversos produtos para o controle de ectoparasitas, e o médico veterinário deverá orientar quanto a opção mais adequada para o animal e sobre a frequência de uso ideal.
“Nota-se que os tutores estão cada vez mais preocupados com a saúde de seus animais e isso é algo muito positivo. Ao cuidar da saúde de nossos animais estamos zelando pelo bem-estar deles e pela saúde de toda a família. E lembre-se: as ações de cuidado e prevenção devem ser definidas por um médico veterinário. Por isso, busque sempre a orientação de um médico veterinário”, orienta Darleny