Nutricionista conta como o brasileiro tem redescoberto o sabor e aroma do grão nacional (Foto:iStock)
Por muito tempo, acreditava-se que café bom era preto e amargo, mito que se popularizou porque torras mais escuras ajudavam a mascarar defeitos e estimulavam o uso de açúcar. Atualmente, o consumidor entende que a origem do grão impacta sabor, aroma, textura, e que as nuances naturais oferecem prazer sensorial aos apreciadores.
De acordo com informações divulgadas pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), as vendas dos cafés gourmet apresentaram crescimento de 56,62 % no primeiro quadrimestre de 2025, enquanto os especiais aumentaram 29,13 % no mesmo período. Esses dados refletem a valorização crescente da qualidade e o interesse dos consumidores por produtos sensoriais diferenciados no mercado premium.

De acordo com a ABIC, as vendas dos cafés gourmet apresentaram crescimento de 56,62 % no primeiro quadrimestre de 2025. Foto: RJ Castilho
Segundo a nutricionista Daniela Zaminiani, a torra ideal realça notas naturais e preserva o frescor do grão. Os cafés premium costumam oferecer doçura equilibrada, acidez suave e corpo aveludado de cor mais âmbar. Quando bem preparado, não exige adoçante nem açúcar. “É possível identificar doçura natural, notas frutadas ou achocolatadas e um final limpo, o que encanta até quem nunca tomou café sem açúcar”, explica Daniela.
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Características
O café gourmet, segundo a ABIC, recebe uma pontuação entre setenta e oitenta pontos em avaliações sensoriais. Isso indica um produto com sabor diferenciado e qualidade superior ao café comum, oferecendo uma experiência mais agradável e equilibrada para o consumidor que valoriza um paladar mais apurado, mas ainda está começando a explorar cafés mais sofisticados.

O Brasil é o maior produtor de café do mundo. Foto: Divulgação
Já o café especial exige uma pontuação acima de oitenta pontos e passa por critérios rigorosos de rastreabilidade e avaliação sensorial certificada, esses critérios são rigorosamente avaliados pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA). Isso significa que, além do sabor excepcional, sua origem e processos são cuidadosamente controlados, garantindo um produto único, com características complexas e alta consistência na qualidade final, valorizando a história e o terroir de cada lote.
“A identificação começa pela origem e rótulo. É importante verificar a data de torra, selo ABIC quando presente e descrição sensorial. Tudo isso evita produtos com torra excessiva ou lapsos no processo artesanal. Para quem busca cafés verdadeiros, esses detalhes fazem diferença no aroma, no sabor e até na forma como o corpo percebe a bebida”, comenta a especialista.
“O Brasil é o maior produtor de café do mundo, o que torna o grão um patrimônio nacional que pode ser vivido com intensidade, em uma experiência imersiva e sensorial”, finaliza a nutricionista.