Com uso de tecnologias nutricionais avançadas, produtores driblam desafios produtivos e sanitários e otimizam resultados, como maior ganho de peso em ciclo de cultivo mais curto (Foto: Shutterstock)
Após produzir 210 mil toneladas de camarão em 2024, que representou incremento de 20% em relação ao ano anterior, o Brasil deve encerrar 2025 com continuidade na trajetória de expansão da atividade, segundo a Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC). “O crescimento da carcinicultura nacional exige uma atenção redobrada aos desafios produtivos e sanitários, o que aumenta a importância das inovações na nutrição animal”, afirma o zootecnista Gustavo Pizzato.
O zootecnista destaca o papel essencial das tecnologias nutricionais avançadas, compostas por aditivos funcionais, para o melhor desempenho dos camarões. “Os desafios produtivos no cultivo de camarões estão em constante aumento, o que torna as tecnologias nutricionais um diferencial competitivo”, avalia. Segundo ele, “os produtores têm demonstrado maior adesão a essas inovações por não conseguirem mais os resultados de antigamente, reconhecendo a necessidade de um suporte nutricional avançado”.
Essas tecnologias incluem uma sinergia de componentes que atuam diretamente na saúde intestinal dos animais, considerada um alvo principal para o crescimento robusto e a sobrevivência. Entre os aditivos funcionais utilizados estão: prebióticos e probióticos (favorecem a colonização de bactérias benéficas), ácidos orgânicos (contribuem para a proteção e o equilíbrio do ambiente intestinal), além de nucleotídeos, enzimas e DHA (atuam em conjunto, promovendo o crescimento e desenvolvimento dos camarões).

A suplementação nutricional com aditivos funcionais é crucial para enfrentar os crescentes desafios sanitários da carcinicultura nacional. Foto: Freepik
“A suplementação nutricional com esses aditivos funcionais é crucial para enfrentar os crescentes desafios sanitários do setor, entre eles doenças como a Necrose Infecciosa Hepatopancreática (NIN) e a Mancha Branca”, enfatiza o especialista.
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Resultados comprovados
O avanço da carcinicultura no Brasil ocorre tanto em áreas costeiras de salinidade mais elevada quanto em águas oligossalinas (baixa salinidade), especialmente no Ceará, maior produtor nacional, responsável por 55% do total em 2024. “A nutrição consegue realizar a correção do balanço iônico necessário para águas de salinidade mais baixa”, explica Pizzato.
Com o uso dessas tecnologias avançadas, ele destaca alguns bons resultados obtidos em campo, como ciclos de cultivo mais curtos (80 a 90 dias) para camarões de 30 g, com conversões alimentares abaixo de um. “A tendência de mercado aponta para a busca por camarões maiores (de 30 g ou mais) para agregar valor, reforçando a necessidade de uma nutrição de alta performance”, enfatiza o zootecnista.








