Técnicas usadas para monitorar reservatórios e rios podem ser adaptadas para detectar pragas, analisar lavouras e gerir recursos hídricos (Foto: Pexels/Tom Fisk)
As mesmas técnicas de Inteligência Artificial (IA) e Visão Computacional que têm sido aplicadas em projetos de monitoramento ambiental e energético, voltados a reservatórios hidrelétricos, rios e áreas florestais podem ser as grandes aliadas do produtor rural no campo. É o que explica pesquisador e cientista da computação, William Cesar Farias,.
Segundo ele, a Visão Computacional – tecnologia que “ensina” máquinas a enxergarem e interpretarem imagens – tem potencial para ser adaptada do setor elétrico para o agronegócio, automatizando tarefas como a detecção precoce de pragas e a análise da saúde das lavouras.
“Esses sistemas automatizam tarefas como a identificação de troncos flutuantes e espécies nativas. A mesma tecnologia pode ser direcionada para o monitoramento de lavouras”, afirma Farias. A automação, segundo o pesquisador, reduz o tempo de resposta e amplia a precisão nas tomadas de decisão, otimizando a gestão de recursos.

A automação reduz o tempo de resposta e amplia a precisão nas tomadas de decisão, otimizando a gestão de recursos. Foto: iStock
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De olho na plantação
A Visão Computacional, uma área da IA, funciona como uma extensão da nossa capacidade de observação. Por meio de algoritmos de deep learning – ou aprendizado profundo –, as máquinas aprendem a reconhecer padrões visuais a partir de milhares de imagens. O processo é semelhante ao usado para identificar macrófitas na água, mas, no campo, o alvo seriam folhas com sinais de doença, pragas ou áreas com deficiência hídrica.
“A tecnologia converte dados visuais brutos em informação prática e estratégica”, explica o pesquisador. Futuramente, com o desenvolvimento de sistemas mais leves, será possível processar essas informações em tempo real, diretamente no campo, usando câmeras acopladas a tratores ou até drones, sem depender de conexão com a nuvem.
Potencial bilionário

Um estudo global da consultoria PwC, projeta que a Inteligência Artificial tem o potencial de adicionar 13 pontos percentuais ao PIB do Brasil até 2035. Foto: iStock
O salto tecnológico para o Agronegócio se insere em um movimento econômico muito maior. Um estudo global da consultoria PwC, publicado em abril deste ano, projeta que a Inteligência Artificial tem o potencial de adicionar 13 pontos percentuais ao PIB do Brasil até 2035. No mundo, esse incremento pode chegar a 15 pontos percentuais.
Contudo, o relatório “Value in Motion” faz um alerta: esse crescimento não é garantido. Está intrinsecamente ligado à adoção responsável da tecnologia e à construção de confiança pela sociedade. Sem isso, o potencial para o Brasil despencaria para apenas 0,6 ponto percentual.
A economia global já está se reconfigurando rapidamente. A PwC identificou que US$ 7,1 trilhões em receitas podem mudar de mãos entre empresas em 2025 – no Brasil, esse valor é de US$ 130 bilhões.








