Biotecnologia impulsiona safra recorde do grão no Brasil (Foto: Shutterstock)
A crescente adesão dos produtores de soja à biotecnologia é um dos fatores determinantes para o novo recorde de produção da cultura no Brasil. Segundo o décimo levantamento da safra de grãos 2024/2025 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de soja deve totalizar 169,5 milhões de toneladas, alta de 14,7% (21,9 milhões de toneladas) sobre a safra anterior.
O órgão federal aponta ainda recorde de produtividade média, estimada em 3.560 kg/ha. “A produção recorde e a alta produtividade da soja brasileira se devem às condições climáticas favoráveis em todas as regiões do País e à importância da biotecnologia”, avalia o engenheiro agrônomo Matheus Medeiros.
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Segundo o décimo levantamento da safra de grãos 2024/2025 da Conab,, a produção de soja deve totalizar 169,5 milhões de toneladas. Foto: Divulgação
Panorama
Levantamento recentemente divulgado pela CropLife Brasil, entidade que representa empresas de pesquisa e desenvolvimento de soluções agrícolas sustentáveis, mostra que o uso de bioinsumos cresceu 13% no país na safra 2024/2025, alavancado pela soja, que representou 62% do total.
Neste cenário, uma das práticas que se destaca é a aplicação de microrganismos benéficos. Pesquisas científicas com esse foco renderam reconhecimento internacional por contribuírem para tornar o País o maior produtor e exportador de soja.
No último mês de maio, a engenheira agrônoma, da Embrapa Soja, Mariangela Hungria, se tornou a primeira brasileira a vencer o Prêmio Mundial da Alimentação, considerado o “Nobel da Agricultura”, pelo desenvolvimento de tecnologias inovadoras em microbiologia do solo que reduzem a necessidade de fertilizantes sintéticos e aumentam a produtividade. A cientista é pioneira na fixação biológica de nitrogênio através de inoculantes, produtos com microrganismos benéficos que ajudam as plantas a absorver nutrientes.