Startup desenvolve tecnologia feita para a realidade do produtor, com foco na saúde do rebanho e no produto que chega à mesa das famílias (Foto: Divulgação)
Reduzir as perdas por mastite e elevar a qualidade do leite no Brasil, democratizando o acesso à tecnologia. Esse é o principal objetivo da Vaca Roxa, que, através de soluções inovadoras, trabalha para transformar o produtor em um fornecedor de alimento seguro, rastreado e de alto valor agregado.
“Surgimos da necessidade real dentro da ordenha: identificar cedo, de forma simples e rápida, a vaca que está iniciando um quadro de mastite. Para isso, desenvolvemos um equipamento móvel que detecta o problema em apenas 40 segundos, diretamente no ambiente da ordenha, sem complicação e sem interromper o manejo”, destaca o CEO da Vaca Roxa, Roberto Carlos Valicheski.
A tecnologia permite que o produtor descubra a infecção ainda no começo, antes de afetar a produção. Consequentemente, ela ajuda a evitar perda de leite, reduz descarte e diminui gastos com medicamentos. “Com isso, o produtor acabada ganhando mais com a sua produção, o laticínio recebendo uma matéria-prima dentro dos padrões de qualidade para ser industrializado e o veterinário monitorando, em tempo real, a propriedade necessita visitar e qual vaca precisa de tratamento, isso tudo automaticamente”, relata.

O CEO da Vaca Roxa, Roberto Carlos Valicheski. Foto: Divulgação
Segundo ele, a Raquete Digital IoT funciona de maneira prática, indicando imediatamente qual teto está alterado e registrando o resultado no nome da vaca por meio da tornozeleira RFID. “A partir daí, cada animal passa a ter um histórico individual de mastite, facilitando o trabalho do produtor e do veterinário na tomada de decisão. Trabalhamos para que o controle da mastite seja simples, rápido e acessível, trazendo mais produtividade, mais qualidade do leite e mais segurança para a fazenda”, complementa o CEO da startup.
O ponto de partida
O executivo conta que a Vaca Roxa nasceu de uma dor real vivida no campo. “Em 1992, nossa familia (meus pais Constante e Miguelina e mais 8 irmãos) perdeu a única vaca que tínhamos por conta de uma mastite não identificada. Aquela perda marcou profundamente nossa história e, anos depois, já estudando mestrado em engenharia eletrica, e desenvolvendo projetos com eletrônica, sensores e tecnologias IoT, entendi que a pecuária leiteira precisava de ferramentas simples, rápidas e acessíveis para evitar o mesmo problema em milhares de propriedades brasileiras”, lembra Valicheski.
Segundo ele, a ideia surgiu exatamente desse cruzamento entre necessidade prática e conhecimento técnico: criar um dispositivo capaz de detectar mastite antes que ela atingisse o tanque, o rebanho ou a renda do produtor. Assim nasceu a Raquete Digital IoT e, com ela, a Vaca Roxa.
Proposta

A tecnologia IoT da Vaca Roxa conecta hardware, plataforma online e inteligência artificial, criando um ecossistema capaz de prever, identificar e gerenciar mastite em tempo real. Foto: Divulgação
Conforme reforça o CEO da startup, a Vaca Roxa tem como missão reduzir as perdas por mastite e elevar a qualidade do leite no Brasil, democratizando o acesso à tecnologia. Para atingir essas metas, Valicheski destaca que os objetivos centrais são:
– Detectar mastite subclínica, clínica e aguda antes da ordenha, em 40 segundos.
– Oferecer tecnologia acessível ao pequeno, médio e grande produtor.
– Reduzir descarte de leite, antibióticos e custos de tratamento.
– Criar rastreabilidade individual do rebanho, com histórico de saúde por vaca.
– Aumentar a renda da família produtora, por meio de reduzir a CCS e melhorar a qualidade do leite.
– Fortalecer a relação entre produtores, veterinários e laticínios, com dados em tempo real.
“Na prática, nossa solução reduz prejuízos, aumenta produtividade e melhora a previsibilidade do sistema leiteiro. A tecnologia IoT da Vaca Roxa conecta hardware, plataforma online e inteligência artificial, criando um ecossistema capaz de prever, identificar e gerenciar mastite em tempo real, algo inédito no setor”, afirma.
Desafios e oportunidade no setor
Para o CEO da Vaca Roxa, atualmente, os principais desafios do segmento são a digitalização tardia do campo, ou seja, muitas decisões ainda são tomadas em suposições; a mastite subclínica, responsável pela maior parte das perdas silenciosas; CCS elevada no tanque, que penaliza produtores e laticínios; a falta de conectividade e infraestrutura tecnológica em regiões rurais; o uso excessivo de antibióticos, sem monitoramento e sem rastreabilidade, além da baixa disponibilidade de ferramentas acessíveis ao pequeno produtor.
“O setor leiteiro vive um momento de transformação. A cadeia percebeu que dados são a nova moeda do campo, que diagnóstico precoce aumenta renda, que tecnologia não é mais luxo, é necessidade e, Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT) serão o padrão em todas as propriedades nos próximos anos”, enfatiza o engenheiro.

Sensores embarcados em equipamentos de ordenha serão um diferencial para o futuro da pecuária leiteira. Foto: Divulgação
Na avaliação do especialista, as melhorias para o futuro do setor incluem sensores embarcados em equipamentos de ordenha; rastreabilidade individual obrigatória; bonificações cada vez mais atreladas à qualidade; laboratórios e laticínios integrados em tempo real ao rebanho; redução drástica de antibióticos e automação do processo de tomada de decisão.
Ele reforça que, por conta dessas necessidades, a Raquete Digital IoT é fundamental para essa evolução, por ser o único equipamento brasileiro que identifica mastite de forma imediata, na primeira gota de leite, antes de qualquer contato com a ordenha.
“Isso impacta diretamente toda a cadeia: produtor: reduz perdas, melhora o manejo, evita descarte, aumenta bonificações; veterinários: recebem dados organizados por vaca, dia, lote e histórico; laticínios: recebem leite com menor variação de CCS e melhor padrão de qualidade e o mercado tem mais segurança alimentar, menos antibióticos e maior rastreabilidade”, relata Valicheski.
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Pensando no futuro
Em relação aos próximos passos da Vaca Roxa, o CEO da startup considera que a parceria com o SNASH, ecossistema de inovação apoiado pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), é estratégica para acelerar a inovação no setor lácteo.
“O SNASH fortalece o ecossistema de startups do agronegócio, conecta a Vaca Roxa a produtores, cooperativas e laticínios, abre portas para validação científica e parcerias institucionais, amplia nossa visibilidade e impacto nacional, além de cria uma ponte direta entre tecnologia e campo. Juntos, estamos construindo uma cadeia leiteira mais moderna, digital e competitiva. Estamos caminhando para uma pecuária mais eficiente, segura e sustentável”, conclui o CEO da Vaca Roxa.
Redação A Lavoura








