Satrtup busca expandir sua atuação com uma tecnologia simples para gestão corporativa, que transforma dados e rotinas em sustentabilidade (Imagem: Ororo)
Co-fundada em 2021 por Maurício Kusbick e Luciano Henrique, a Ororo — startup que integra o SNASH — desenvolve soluções práticas e personalizáveis para gestão de sustentabilidade corporativa, com o propósito de tornar a gestão ESG (ambiental, social e de governança) mais acessível e eficiente para empresas de diferentes portes e segmentos.
“A nossa plataforma é uma ferramenta de gestão integrada de sustentabilidade ESG, onde a gente personaliza o nosso sistema para ajudar o cliente a lidar com processos, com pessoas e com dados relacionados à sustentabilidade”, explica Maurício, CEO da empresa, em entrevista à Revista A Lavoura.
A plataforma Ororo reúne módulos que permitem desde o controle de documentos e licenças ambientais até cálculos de emissões de gases de efeito estufa (GEE), inventários de carbono e monitoramento de indicadores sociais.
Segundo o executivo, o sistema também é capaz de rastrear emissões na lavoura, permitindo, por exemplo, que produtores saibam “quantas toneladas de carbono emitem por cada tonelada de semente de soja produzida”.
Plataforma flexível e integrada

O CTO e co-fundador da empresa, Luciano Henrique, ao lado do CEO da startup, Maurício Kusbick . Foto: Ororo
A Ororo atende principalmente empresas dos setores agrícola, industrial e logístico, moldando cada projeto às necessidades do cliente.
“É uma plataforma muito flexível, que a gente vai moldando ao desafio do cliente. Esse é o nosso mote”, resume Maurício.
As funcionalidades incluem inventário de emissões de gases, rastreabilidade de dados e controle de consumo de energia, água e biomassa.
Segundo Kusbick, “já são cerca de 120 mil hectares inventariados na plataforma”.
A Ororo também desenvolve metodologias que ajudam empresas a medir emissões evitadas.
Um dos casos é o de uma transportadora que “investiu numa frota de veículos elétricos e de biometano”, e que hoje calcula, com suporte da Ororo, “quanto teria emitido se utilizasse veículos a diesel”.
“A gente ajuda o cliente a mensurar esses impactos também”, explica o CEO.

As funcionalidades incluem inventário de emissões de gases, rastreabilidade de dados e controle de consumo de energia, água e biomassa. Imagem: Ororo
Gestão social e redução de prejuízos
Além da dimensão ambiental, a plataforma da Ororo oferece recursos para monitoramento social e de segurança do trabalho.
O sistema se baseia em padrões do Global Report Initiative (GRI) para medir indicadores como diversidade, inclusão e treinamentos, além de permitir o mapeamento de impactos na comunidade local.
“Na parte de demografia social, a gente adere a metodologias de mercado, como o GRI. Já para impacto na comunidade, cada cliente tem a sua particularidade”, diz Maurício.
Outro destaque é o módulo de controle de documentos regulamentares, que ajuda empresas a evitar multas e irregularidades. O sistema avisa automaticamente, por SMS, WhatsApp e e-mail, sobre prazos de vencimento de licenças ambientais, sanitárias e outros documentos.
“Grandes empresas usavam Excel para controlar o vencimento de licença ambiental”, comenta Kusbick.
“A gente criou um módulo simples que controla o documento e avisa o cliente quando ele está prestes a vencer.”
Novos produtos e expansão para biocombustíveis
A startup está se preparando para abrir uma rodada de investimento com o objetivo de acelerar novos produtos.
Entre os lançamentos recentes estão o módulo de gestão de qualidade (QMS) uma plataforma voltada à elaboração de relatórios de sustentabilidade baseados em metodologias como o GRI.
“É uma ferramenta de relato. Ela embarca metodologias, traz um pouco de IA ali dentro, tem videoaula dentro da ferramenta”, explica o executivo.
“É um produto que facilita muito essa estrutura e é focado em empresas que internalizam esses relatos e também em consultores ESG.
Outra frente em desenvolvimento é uma nova plataforma voltada ao mercado de produtores de biocombustíveis, dentro do programa Renovabio, que certifica e gera créditos de descarbonização (CBIOs).
“A gente está desenvolvendo um produto para gerenciar de ponta a ponta todo o processo de Renovabio de usinas de biocombustível”, conta Maurício.
“Desde a parte de originação, gerenciamento de produtores rurais, de biomassa, gerenciamento industrial e gestão de CBIOs — tudo isso num sistema só.”
O módulo, que deve ser lançado em breve, promete automatizar processos e reduzir perdas financeiras causadas por erros manuais. Segundo Kusbick, a solução vai atender diferentes rotas de biocombustíveis — etanol de cana, de milho, de soja e biodiesel —, além de incorporar novas alternativas, como o biometano.
“A nossa estimativa é que ele diminua muito o custo operacional quando a gente fala de Renovabio dentro da usina. Mas também o cliente não perde mais emissão de CBIO. Essa é a nossa proposta: oferecer ROI e ganho financeiro também”.
Redação A Lavoura







