Além de reduzir os impactos do clima, práticas de agricultura regenerativa melhoram a saúde do solo e da planta (Foto:Flickr-CNA)
A estabilidade climática é um dos mais relevantes desafios da produção agrícola mundial. Essa busca envolve cuidar bem do solo, processo que faz parte dos pilares da agricultura regenerativa, prática que reduz impactos ambientais, priorizando a recuperação dos recursos naturais.
O tema tem merecido atenção em diversos fóruns internacionais, como a 29ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29) – em Baku, no Azerbaijão –, e estará na COP30 – em novembro, em Belém (PA) – como alternativa eficiente para promover a sustentabilidade.
O conceito da agricultura regenerativa é simples: cuidar do solo para que ele continue produzindo de forma resiliente, ao mesmo tempo em que potencializa a biodiversidade e reduz as emissões de gases de efeito estufa. “Mais importante do que regenerar é evitar que o solo se desgaste a ponto de precisar ser recuperado”, explica o biólogo com licenciatura em biodiversidade vegetal e ciências ambientais, Igor Borges,

A agricultura regenerativa visa cuidar do solo para que ele continue produzindo de forma resiliente, ao mesmo tempo em que potencializa a biodiversidade e reduz as emissões de gases de efeito estufa. Foto: Webserie Rota Regenerativa/Divulgação
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Cenário
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), algumas soluções já mostram resultados positivos. Entre elas o uso de biossoluções, os Sistemas Integrados de Produção (ILPF), a Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN), o plantio direto (PD) e os sistemas agroflorestais (SAF). A FBN, por exemplo, representa economia de cerca de US$ 9 bilhões anuais na produção de soja – algo equivalente a R$ 486 bilhões, na cotação atual.
Já o plantio direto ajuda o produtor a poupar em torno de US$ 200 milhões (ou R$ 1,1 bilhão) por ano e evita a erosão de quase 100 milhões de toneladas de solo. “Nosso modelo brasileiro desperta interesse internacional, principalmente pela capacidade de produzir alimentos e biocombustíveis em três safras anuais, o que não acontece em países de clima temperado”, destaca o biólogo..
Para o especialista, esse diferencial reforça a importância do Brasil da diminuição das mudanças climáticas. “Ao priorizar a saúde do solo e práticas regenerativas, o produtor garante segurança alimentar e oferece um caminho complementar para a estabilidade climática. Acreditamos que a agricultura regenerativa é o caminho para enfrentar os desafios e garantir a produtividade de forma responsável”, ressalta Borges.








