Uso do insumo evitou perdas médias de 20% na produtividade anual das áreas tratadas (Foto: Daniele Otto/Embrapa)
O uso do inseticida biológico Bovemax, desenvolvido pela Embrapa Florestas em parceria com a iniciativa privada, gerou impacto econômico de R$ 4,36 milhões em 2024 para a cadeia produtiva da erva-mate.
O produto, lançado em 2012, atua no controle da broca-da-erva-mate (Hedypathes betulinus), principal praga que afeta a cultura no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Segundo análise da instituição, a adoção do Bovemax evitou perdas médias de 20% na produtividade anual das áreas tratadas, garantindo um ganho médio de R$ 1.925,75 por hectare. Entre 2017 e 2024, a área total sob influência do produto chegou a 4.530 hectares.
Comercializado desde 2012 em parceria com empresas como a Novozymes BioAg, o Bovemax utiliza o fungo Beauveria bassiana para combater a praga.
Para a pesquisadora da Embrapa Florestas, Susete Chiarello Penteado, “além do retorno financeiro, o uso do controle biológico reduz a aplicação de produtos químicos, contribuindo para a sustentabilidade ambiental, a manutenção da biodiversidade e maior segurança aos trabalhadores do campo”.
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O Bovemax é hoje o único produto registrado no país para o controle da broca-da-erva-mate e é considerado essencial para a sanidade dos ervais.
O estudo da Embrapa aponta, contudo, que ainda existe espaço para ampliar o uso da tecnologia, especialmente entre pequenos produtores, devido à necessidade de maior divulgação e acesso ao produto.
De acordo com Emiliano Santarosa, supervisor do Setor de Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia da Embrapa Florestas e um dos responsáveis pela análise, “a utilização de produtos de controle biológico são fundamentais para o manejo integrado de pragas, sendo que, neste caso do Bovemax, o controle da broca–da-erva-mate pode diminuir perdas importantes de produção e garantir maior produtividade dos ervais, auxiliando pequenos produtores e empresas do setor”.