Empresa visa promover um consumo mais consciente e sustentável Foto: Divulgação)
Fortalecer a pesca artesanal, promover o consumo consciente de pescado e a sustentabilidade marinha, entendendo que não é preciso pescar mais, e sim melhor, com redução de desperdício, agregação de valor ao pescado e popularização de espécies menos tradicionais no mercado.
Esse é a missão da Olha o Peixe, startup criada pelo oceanógrafo, mestre em sistemas costeiros e oceànicos e CEO da empresa, Bryan Renan Müller. Ele conta que a iniciativa surgiu a partir da pesquisa de mestrado e demais projetos na universidade, bem como da convivência com os pescadores artesanais do litoral e sua dificuldade de comercialização dos pescados que capturavam, principalmente fora da temp

A betata grelhada é uma das sugestões de receitas de espécies menos tradicionais no mercado. Foto: Divulgação
“Além disso, a ideia se fortaleceu a partir do diagnóstico realizado com consumidores finais e estabelecimentos do Paraná, os quais tinham pouco acesso aos pescados locais e às informações relacionadas a eles (safra, status de conservação, sugestões de receitas e temperos, características da carne)”, relata o CEO da Olha O Peixe, que é uma das startups que integram o SNASH, hub de inovação apoiado pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).
Desenvolvimento sustentável
De acordo com Müller o impacto das soluções da empresa na sociedade são evidentes, já que elas representam uma alternativa local, mais sustentável, a partir de um comércio justo, para gerar benefícios aos pescadores, pescadoras, parceiros, bem como aos clientes.
Dessa forma, ele conta que a empresa proporciona mais de 30 espécies locais a consumidores que raramente as conheciam antes de a Olha o Peixe existir, oferecendo qualidade, saúde (sem adição de conservantes ou outros compostos) e sustentabilidade (trabalhando com redução de desperdício de pescados, criando novos produtos a partir de partes do pescado até então descartadas e espécies pouco conhecidas no mercado).

Para o CEO da Olha o Peixe, Bryan Muller (foto), a empresa traz ao setor uma relevante contribuição em relação às boas práticas e melhorias para a pesca artesanal. Foto: Divulgação
Além disso, o CEO acrescenta que a empresa ainda realiza capacitações a comunidades pesqueiras e empresas do setor ambiental ao longo do país, contribuindo principalmente com os ODS 2, 10, 11, 12 e 14, aproximando a pesca artesanal da sustentabilidade econômica e ambiental.
Ele destaca ainda que, pelo pioneirismo que possui, com a criação do Clube de Pescados em 2019, bem como pelas inovações estruturais e de projetos, a empresa traz ao setor uma relevante contribuição em relação às boas práticas e melhorias para a pesca artesanal.
“Cada vez mais os consumidores buscam serviços de entrega de alimentos e encomendas online e, principalmente no contexto pós-pandemia, a busca por alimentos mais saudáveis e sustentáveis cresceu, sendo fundamental que as empresas tenham essa preocupação com a origem dos seus produtos e os valores associados ao que pratica, seguindo a lógica ESG”, observa Müller.
LEIA TAMBÉM:
→ Transformando redes de pesca em produtos com propósito
Desafios e soluções para a evolução socioambiental

Pescador artesanal em ação. Foto: Divulgação
No entendimento do oceanógrafo, as novas gerações estão cada vez mais preocupadas com a pegada socioambiental do que consomem e dedicadas a melhorar seus hábitos nesse sentido. “Dessa forma, entendemos ter um potencial de mercado relevante pelo país, seja na expansão da comercialização de pescados (marinhos e continentais) quanto no apoio técnico a comunidades pesqueiras, para sua melhor estruturação para o mercado”, avalia.
Para isso, de acordo com o CEO, se faz necessária a criação de modelos e caminhos para que os pequenos produtores consigam superar as barreiras financeiras e burocráticas. “Toda inovação traz consigo o bônus da oportunidade de criar possibilidades do zero e ser protagonista num oceano azul, ao mesmo tempo que carrega o ônus de destravar processos que nunca foram realizados com esse novo olhar, levando mais tempo e recurso financeiro que o ideal”, finaliza Müller…